sábado, 7 de abril de 2012

David Cronenberg - A Dangerous Method

Imagem: Google Imagens/Reprodução
A Dangerous Method
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Christopher Hampton, John Kerr
Ano: 2011/Canadá-Alemanha-Suíça-Reino Unido
Gênero: Drama/Biografia
Elenco: Michael Fassbender, Keira Knightley, Vigo Mortensen, Vincent Cassel, Sarah Gadon

Sinopse: Dirigido pelo cultuado David Cronenberg, o longa é uma mostra de como a relação entre Carl Jung e Singmund Freud faz nascer a psicanálise. Aborda a intensa e polêmica relação da dupla com a paciente Sabina Spielrein. O filme foi exibido em primeira mão no Festival de Veneza de 2011 e conquistou uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante para Mortensen.  

Foto: Maiara Alves
Opinião: Keira Knightley, assim como Vincent Cassel, sabe escolher muito bem os filmes em que trabalha - e talvez este seja o maior privilégio de ser um profissional respeitado. Confesso que me disponho a ver seus filmes sem nem mesmo ver a sinopse e até hoje não me arrependi de nenhum. O cast é bom, e a direção também, e o filme apesar de ser comercial demais com certeza irá agradar os fãs eu de psicologia e psicanálise. 


Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
No século XIX, e início do XX, ataques de histeria eram comuns em mulheres, dizia-se que era uma doença ligada ao útero e psicológos (eram considerados psicológos na época?) antes mesmo de Jung e Freud desconfiavam de algo mais e tentavam dentro da psicologia curar a histeria. Keira Knightley é muito convincente ao mostrar esses ataques, tanto que no início do filme só de vê-la se contorcendo senti uma agonia horrível na coluna (o que isso quer dizer senhores psicanalistas? hahaha #medo). Não conhecia o trabalho de Fassbender e Mortensen, mas gostei muito e vou ficar de olho nos próximos. Sou apaixonada pelo Vincent Cassel, não sei se é a cara de bêbado e mau-caráter, ou o sotaque português fofo em À Deriva, anyway ele me atrai e também é um termômetro para bons filmes.


O ritmo fascinante do trailer não condiz com o do filme, talvez porque eu esperasse o mesmo efeito, dos sons dos objetos e da máquina de escrever, que o meu queridinho Joe Wright costuma fazer em seus filmes - por falar em Joe Wright e Keira Knightley: Anna Karenina estréia logo! Não agüento de ansiedade haha. A música do trailer, que está presente, se não me engano, nos créditos finais, é linda e esperava mais música no filme - o que aconteceu com aquela regrinha de que música também é um personagem e ajuda a contar a história? 


Trilhas sonoras que narram e atuam como personagens só nos poéticos e existencialistas de Malick, Kieslowksi, Jeunet e quando soube do respeito que Cronenberg impõe o imaginei na mesma linha destes. De qualquer forma, o filme te faz viajar no tempo. As locações e figurinos perfeitos me induzem à síndrome de Idade do Ouro, ou melhor, a rejeitar nosso presente horrível onde coisas boas e pessoas interessantes não existem (ou simplesmente não conhecemos ainda) e ambicionar vestidos longos, relógios de bolso, bengalas e charretes (me contento com o bonde haha). Viena é simplesmente um paraíso se analisarmos quanto conhecimento e pessoas notáveis de lá saíram - inclusive nossa princesa triste, Leopoldina. 


Estas pessoas notáveis e suas contribuições para a humanidade me deprimem por viver num mundo - numa realidade, na verdade - em que não se é estimulado ao conhecimento. Vendo Freud e Jung descobrindo e desenvolvendo algo que mudou a vida de milhões de pessoas me fez pensar como as pessoas comuns (nós) são insignificantes. É irritante saber que somos induzidos a sermos simplesmente números, impostos, escravos de ideologias, consumidores, marionetes. Sempre imagino um mundo, uma sociedade, em que todos são estimulados ao conhecimento. Onde conhecimento é a única coisa que interessa e importa, - não por dinheiro ou status, simplesmente por fazer algo, pela vontade de não ser só mais um na multidão, mas pra justificar a sua existência, deixar um legado. Penso no quanto produziríamos, aonde chegaríamos se tal sociedade existisse. Seria o tema de um bom livro, não? Adoro sci-fi. 


Trailer





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