quarta-feira, 21 de março de 2012

Marcos Paulo - Assalto ao Banco Central

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Assalto ao Banco Central
Direção: Marcos Paulo
Roteiro: Renê Belmonte
Ano: 2011/Brasil
Gênero: Policial
Elenco: Milhem Cortaz, Eriberto Leão, Lima Duarte, Hermila Guedes, Tonico Pereira, Vinícius de Oliveira, Heitor Martinez, Giulia Gam, Cássio Gabus Mendes, Antônio Abujamra e Milton Gonçalves

Sinopse: Em Agosto de 2005 164.7 milhões de reais foram roubados do Banco Central em Fortaleza, ceará. Sem dar um único tiro, sem disparar um alarme, os bandidos entraram e saíram por um túnel de 84 metros cavado sob o cofre, carregando 3 toneladas de dinheiro. Foram mais de três meses de operação. Milhares de reais foram gastos no planejamento. Foi o segundo maior assalto a banco do mundo. Um dos crimes mais sofisticados e bem planejados de que já se teve notícia no Brasil. Quem eram essas pessoas? E o que aconteceu com elas depois? São as perguntas que todo o Brasil se faz desde então.

Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Imagem: Google Imagens/Reprodução
Opinião: Criticado por romantizar o crime ocorrido em 2005, além de ser considerado alheio à veracidade dos fatos o filme levanta questões importantes para reflexão: até onde as pessoas vão por dinheiro, o que elas são capazes de fazer e o quanto o dinheiro corrompe. Um grande elenco dirigido por Marcos Paulo ilustra não as falhas da polícia brasileira ou um crime bem pensado, mas pessoas vítimas de um sistema cruel que são propositalmente vilanizadas e que estão alheias da sua atuação na sociedade.

Um elenco interessante... os grandes: Lima Duarte, Milton Gonçalves, Abujamra, Tonico Pereira. Os  pequenos: Milhem Cortaz e Heitor Martinez se destacam, talvez não pela atuação, mas por fazerem bem quase sempre os mesmos papéis. Eriberto Leão que considero um péssimo ator, se saiu um pouco melhor no cinema - novelas ele deveria esquecer! O cast grande e pequeno são dirigidos por Marcos Paulo, e talvez isso explique a aura novelística com dispensáveis dramas secundários. Não sei até que ponto o roteiro é verdadeiro, mas "o filme fala por si" disse Vogner, e este especial diz muita coisa.

Por mais necessitado que esteja ninguém precisa de 164 milhões, mas o sistema desde cedo nos mostra que quanto mais, melhor. E quanto mais temos mais corrompidos somos, mais queremos e mais perigo e violência estamos sujeitos. Essas pessoas são vítimas de um sistema em que os verdadeiros criminosos (não o Estado, mas toda a classe dominante) se vitimizam e vilanizam as verdadeiras vítimas. O próprio filme faz parte do sistema por incurtir essas vítimas como modelo a ser seguido, as instituições governamentais como estúpidos, o comunista como hipócrita e desfocar os verdadeiros grandes roubos: cadê um filme comercial sobre o mensalão (mesmo ano do assalto) e outros grandes crimes não só de Brasília, mas ao longo dos mais de 500 anos de Brasil?

O bom mesmo foi saber que Romeu e Julieta eram peixes. Sim, não, indiferente.

Quotes

"Tá querendo cavar buraco em baixo de banco? Isso é coisa de filme rapaz."
"Como dizia Lênin numa noite gelada... Assaltar um banco não é nada perto de fundar um banco."
"Ninguém sabe! Isso aqui é Brasil, rapaz. Vem a companhia de gás e faz uma merda, vem a de água, seis meses depois, faz outra merda. Ninguém se entende nunca! Ouça, sua ratazana capitalista. Eu trabalho com o que eu tenho... você não imagina o que é um país onde o serviço público é dominado pela empresa privada!"
"As classes dominantes têm razão em temer a Revolução Comunista. Mas os proletários não. Eles não têm nada a perder... a não ser seus grilhões e um mundo novo a conhecer." "Entendi. A gente não pode se deixar explorar por ninguém."
"Você prefere ser um pecador rico, ou um santo morto?"
"Nessas horas me dá o maior orgulho de ser brasileiro."
"Entre o céu e o inferno o caminho é curto."

Trailer



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