segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Andrew Niccol - In Time












Foto: Maiara Alves

In Time
Direção: Andrew Niccol
Ano: 2011
Gênero: Ficção
Elenco: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Alex Pettyfer, Vincent Kartheiser, Johnny Galecki, Matt Bomer, Cillian Murphy, Olivia Wilde 

Sinopse: Em um futuro próximo, o envelhecimento passou a ser controlado para evitar a superpopulação, tornando o tempo uma das principais moedas de troca para se obter luxo e satisfazer suas necessidades. Assim, os ricos vivem mais que os pobres, que precisam negociar sua existência. Mas se a data limite para a vida termina aos 25 anos, como fazer para viver mais? Quando Will (Justin Timberlake) descobre que existe algo de muito errado nesse “sistema”, passa a ser procurado por um assassinato que não cometeu. Para enfrentar os guardiões do tempo, ele sequestra a milionária Sylvia (Amanda Seyfried) e do novo relacionamento entre os dois surge uma poderosa arma contra a organização criminosa que comanda o futuro das pessoas.

Opinião: Qual o interesse do sistema em mostrar como o sistema funciona? In Time, de uma forma quase literária, fictícia, mostra o capitalismo dos dois pontos de vista: dos explorados e dos exploradores. É uma caricatura perfeita também dos nossos dias, onde tempo é dinheiro e por conta disso nos é (o tempo) bastante escasso: estamos sempre correndo, trabalhando muito pra obter dinheiro, fazendo as coisas rápido demais e sem tempo pra coisas que realmente importam. Ou seja, o sistema dita como vivemos e o obedecemos fielmente, tanto na ficção como na vida real. 

O filme se passa num futuro (próximo?) onde só se pode viver até os 25 anos, se você quer viver mais é só ter grana pra pagar. Você recebe uma quantidade limitada de tempo ao nascer, tempo esse que você também usa pra pagar contas, comprar, se alimentar, telefonar, etc. Não ficou bem clara a divisão territorial, o filme só mostra “fusos”, esses fusos seria uma mistura de bairro e cidade. Os ricos não se misturam com os pobres, pois os fusos são bem distintos: alguém do fuso Ghetto não pode se deslocar pro Greenwich pelo simples fato de não ter tempo/dinheiro pra se manter lá, não seria ilegal, mas só pra entrar lá, por exemplo, custa mais de um ano (em dinheiro).

Will Sallas (Justin Timberlake), salva um homem rico no bar de uma gangue e este, cansado de viver, dá seu mais de um século para Will e morre em seguida. No mesmo dia sua mãe morre e, irritado com o sistema, parte pra Greenwich pra entender como as coisas funcionam. Ele conhece Sylvia (Amanda Seyfried), passa a ser perseguido pelo sistema, em especial por um agente conhecido do seu pai. Sylvia, a “pobre menininha rica”, descobre no fuso Ghetto como as coisas realmente funcionam e decide lutar contra o sistema junto com Will. Ambos roubam dos ricos e dão para os pobres, bem Robin Hood

No decorrer do filme vemos inúmeras semelhanças e verdades sobre nós, mas, se Hollywood faz parte do sistema - sendo usada pra difundir comportamentos e nos alienar – qual o propósito de mostrar “a verdade”? Vi o pessoal comentando que era coisa da agenda Illuminati (os da Nova Ordem Mundial, não o que Dan Brown popularizou), e até que faz sentido se você pensar que poder e dinheiro são hereditários, enfim, falar da Nova Ordem Mundial é tenso, quase ninguém acredita. Uma das semelhanças que gostaria de ressaltar é que a gang que rouba constantemente no fuso Ghetto não é presa ou procurada pela “polícia” (no filme, eles são agentes do tempo), pois eles só roubam dos pobres, interessante, não? Will é perseguido por roubar dos ricos e a gang do Alex Pettyfer rouba tranqüilamente o pouco dos pobres. Fato que acontece constantemente, principalmente aqui no Brasil.

Adorei a fotografia: o tom clean do fuso Greenwich contrasta com as roupas, as roupas na pele, as roupas no ambiente, nos móveis do ambiente. Os tons azulados... os produtores se importaram bastante com a estética não só na escolha dos atores, mas também na arquitetura (o banco da última cena, é real? Achei perfeito!) e nos carros vintage. A fotografia de Greenwich e o próprio modo de vida de seus habitantes é o que imagino da série Uglies do Scott Westerfeld. Nota dez pra peruca da Seyfried: o carro capota, ela entra no mar, corre o tempo todo, assalta banco, foge da polícia e a peruca está lá intacta! 

Will e Sylvia, honrada e corajosamente, derrubam o sistema de Ghetto e Greenwich e parte na missão de derrubar o sistema de outros fusos, a ficção está salva. Mas e nós, quem vai nos “salvar”? Vamos ser escravos e sustentar uma minoria para sempre? Provavelmente sim, por isso eu prefiro a ficção.



Trailer


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